sábado, 2 de março de 2013

Dos Sei Lás que a vida me permite


Já não sei mais
De quantas janelas me atirei
De quantas vezes eu morri
Pra provar que não amei

Tão Melancólico
E tão natural
E tão alcoólico
Como usual

Tão tudo o que eu quero
Tudo tão frio que já aquece
E que agora, já devora
A lembrança que se esquece

Pois cada palavra
Que sai do meu lápis
É de uma dor imensa
E do desejo de não voltarem mais

Mas elas voltam
E eu as aceito
E as aconchego
No silêncio do meu peito

Elas machucam
Mas são minhas
eu as conheço
São minha sina

Estou prezando
Minhas falsas amizades
E pensando
em como evitar desastres

Comprei uma arma
Pra matar minhas saudades
Vasculhando suas mentiras
Me deparei com suas verdades

Me Arranha, me humilha,
me sufoca
todos os sons que a sua voz
provoca.

Vou fumar as beiradas do sucesso
Pra poder viver mais
E contradizer todas as suas palavras
Enquanto ainda me sobrar paz.

Deixe as moedas comigo
Para eu pagar o Caronte
Enquanto você vive
toda a mentira desse instante

Mas esse poema já está grande demais
E eu já estou soando cansativo
Então vamos fingir sentir loucamente
A luz desse luar nativo

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